sábado, 25 de outubro de 2008

A Dance Club no Amesterdam Dance Event




Dia 1, 24 de Outubro de 2008. Apesar de o ADE já ter começado há dois dias só hoje aterrei em Amesterdão. O voo da TAP foi impecável. Em Amesterdão chovia, uma chuva miudinha e chata que me obrigou, no meio da correria (cheguei ao meio-dia e às três tinha que estar no ADE), a ir comprar um guarda-chuva. Quando sai do aeroporto (esperar pela mala é uma chatice), apanhei o comboio para Central Station, a estação central de Amesterdão, e daí um táxi para o hotel. No hotel, à 1h30, dizem-me que os quartos só estão prontos às 15h. Desespero! Com o charme tuga lá consigo explicar ao recepcionista loiro e frio que a essa hora tenho que estar no ADE a moderar um debate. O máximo que consegui dele foi que me dissesse que ia tentar. Fui para o bar do hotel rever o plano da conferência e o timeline, afinal só tínhamos 1 hora para apresentar a cena nacional, era uma tarefa árdua e era meu trabalho manter os timmings para que fosse possível falar de um pouco de tudo. Às 14h lá fui piscar o olho a recepcionista e consegui um quarto! A partir daí foi uma correria para chegar ao ADE que era a 15 minutos de caminho. Os 15 minutos pareceram 30 porque ia carregada com o computador e revistas para oferecer. À chegada deu para perceber logo onde era o ADE tal era a quantiade de pessoas com fitas ao pescoço com cartões amarelos que se concentravam à porta. São dois hotéis – o Dylan e o Felix Meritis – e gente a mais! O ADE deste ano está totalmente esgotado! E quem não pediu convites a tempo – como o dono do Fabric de Londres, por exemplo – ficou mesmo de fora. À entrada percebe-se porque. Uma massa de gente a percorrer os corredores mas a organização é impecável. Eu tinha muito pouco tempo para ir buscar a credencial e foi muito rápido, bastante mais despachado que no Sonar de Barcelona, por exemplo.

A “Pannel Room 2” era no último andar (não há elevador!) e ao lado da zona de imprensa. Eu precisava de subir, pedir que me imprimissem o programa e preparar tudo para fazer do painel um sucesso, algo que não dependeria apenas de mim. Ao contrário do que se possa pensar não fui a responsável pelos participantes, ou seja, apesar de ter sido eu a dirigir o debate, os convites a cada um dos participantes foram da responsabilidade do ADE. À excepção de apenas um, DJ Riot dos Buraka Som Sistema, porque me pareceu indispensável que num debate sobre a cena nacional não houvesse um representante da maior exportação musical nacional, e electrónica, do momento. Os participantes eram: Patrícia Gonçalves (Produtora, agência Xi-Coração); DJ Riot (DJ, produtor, membro dos Buraka Som Sistema); André Pinto (Danceplanet.com); d.O.t (DJ, produtor, co-fundador da Bzoing) e Nelson Flip (DJ, co-fundador da Sonic). O ambiente da sala era descontraído mas, à medida que a hora do debate se aproximava, os nervos começaram a aflorar, especialmente porque a sala demorava a ter gente. E, claro, pensámos todos que não haveria de haver gente interessada em Portugal. Enganámo-nos! Pouco antes de começarmos já a sala tinha cerca de 25 pessoas.
O esquema do debate foi de minha autoria e era o seguinte:

Objectivos:
Dar um overview da cena electrónica e de dança Portuguesa:
1. Quem são os DJs, produtores e bandas a ter em conta.
2. As diferentes cenas e a sua distribuição nacional – house, techno, trance, drum'n'bass, electro.
3. As estruturas: Clubs, bares, promotors, agêncies, lojas de discos, e de equipamento, management, agências de PR, etc.
4. O exemplo maior de sucesso da electrónica dançante Portuguesa: Buraka Som Sistema


A conversa foi animada e bem distribuída pelos tempo – conseguimos falar de tudo! - e a única falha é que não há como tocar um CD ou projectar um vídeo. Isto teria sido importante na última secção, a dos Buraka, para que pudessemos dar uma ideia do que falávamos. Mas também não foi necessário porque, como nos apercebemos no encontro informal que aconteceu após a conferência, muita gente já conhece o trabalho deles.
No público estavam pessoas bastante importantes: um dos organizadores do Festival Exit na Sérvia; O presidente da Canadian Music Week (que no final me pediu para lhe dizer quem são os Djs/acts mais importantes); A A&R dos Addictive TV; Uma vocalista nova iorquina; um label manager e dono de hotel brasileiro (foi bom ouvir falar Português!); alguns DJs holandeses que conhecem Portugal e queriam saber mais sobre o país e a cena; os responsáveis do publishing da Fabric Records que vieram porque são eles que representam os Buraka na área do publishing e são a sua editora internacional, entre outros.
O resultado foi muito bom: muita gente (incluindo o responsável do ADE que estava na sala) veio ter comigo no final para dar os parabéns. Segundo a assistência foi possível aprender alguma coisa sobre a cena portuguesa. No meu ponto de vista faltou alguém que defendesse a cena mais comercial e mainstream, por várias vezes que se destacou o trabalho de clubs como o Lux ou o Indústria no Porto, festivais como o Anti-Pop ou o Boom (este teve direito a um debate animado), mas apesar de terem sido referidos nomes como o de Pete Tha Zouk, Diego Miranda ou Mastiksoul, não houve uma voz activa em defesa da cena mais comercial que, como todos sabemos (e independentemente do gosto) tem uma expressão grande no nosso país.
Após o debate fomos para a sala contígua e foram duas horas de contactos intensos com promotores, DJs e produtores, A&Rs, artistas, etc. É nisto que o ADE é imbatível: é evidente que toda a gente está ali para fazer contactos e não há qualquer prurido em olhar para o que diz o cartão amarelo e meter conversa. O que é estranho é que, por vezes, as pessoas alinham-se para falar connosco e, pelo menos eu, senti-me num guichet duma repartição pública!
Seguiu-se uma fatia de pizza americana óptima e aprendemos que a fast food em Amesterdão é cara como o raio: por duas fatias de pizza e duas bebidas pagámos mais de 10 euros. Depois descansar um pouco no hotel. Acordar às 6 da manhã, apanhar um avião, andar a correr, moderar um debate público e duas horas de conversa com diferentes pessoas em várias línguas (o Graham, um dos Addictive TV, gozou comigo porque eu “só” falo 4 línguas fluentemente), cansam qualquer um. Fui descansar para o hotel porque a noite ainda ia ser longa (e o registo completo do ADE dá acesso ao programa diurno e nocturno! O que eu queria era que a noite tivesse 24 horas para poder ir a tudo. A quantidade de festas é enorme, a oferta de música e de DJs também, tornando a escolha do programa um verdadeiro quebra cabeças! Mas é ir minha gente, é só ir!
Sábado há mais e podem contar com a “reportagem” completa aqui no blog da vossa Dance Club.

Até já!

Sónia Silvestre, em Amesterdão

3 comentários:

Alma social disse...

OLA SONIA...GOSTEI DO TEXTO E DA PASSAGEM POR AMESTERDAM...SOU FA DA VOSSA REVISTA...VOTEI NOS BURAKA....PORQUE ADORO TODOS OS TEMAS, EXPECIALMENTE (WEGUE,WEGUE) QUE MALHAO... INVETEI UM SOM A PENSAR EM VOÇES...BJS E ABRAÇOS PRA TODOS.. ASS: NELIO PEREIRA
http://br.youtube.com/watch?v=oC-l-1bsInU

Cátia Neves disse...

Adorei a aventura por terras Holandesas! Portugal muito bem representado no Amsterdam Dance Event!!! Saldo super positivo I believe ;) Beijinhos e Good Work amiga!

BLOG disse...

Sonia Silvestre..Parabens pela correria e pela competencia e insistencia .sds Ricky Sarmiento DJ SOUND Mag Brazil! (São Paulo SP Brazil) E Mail djsound@djsound.com.br